quinta-feira, 2 de maio de 2013

MINHA ORIGEM NESTA ÁRVORE GENEALÓGICA


Meus pais ADONIAS DA SILVA DOURADO e  JAMIM DE OLIVEIRA DOURADO são netos  de JOÃO DOURADO, meu pai filho de  RENÉRIO DA SILVA DOURADO  e ANA FLORA DE CASTRO DOURADO e minha mãe de SINÉSIO DA SILVA DOURADO  e ANA OLIVEIRA DOURADO.desta união nasceram: FLORACY, RUBEM , ROBERVALDO, SINÉSIO NETO, RENÉRIO NETO (morreu com 2 aninhos) FLORIZI, RENÉRIO AUGUSTO, RUBENILTON, FLORILDA, REINILTON , ROBSON , ANA LÚCIA e ADONIAS JOÃO. Sou  o segundo filho, nasci entre as 4 e 5 horas da manhã do dia 19 de agosto de 1948, parto normal, efetuado pela parteira Mãe Velha ( ANA,minha avó) , considerada a maior e mais competente parteira da região, só comparada a Dona Maria de Lúcio, residente na região de Monte Santo, também na Bahia, que foi condecorada pelo então Presidente Juscelino Kubitschek, ao completar mil partos realizados com sucesso, prêmio que deveria ser extensivo a Mãe Velha, vez que, estatisticamente deve ter superado números superiores a homenageada, mas, certamente as dificuldades de comunicação existente na região de Irecê à época, tenha dificultado a concretização desta merecida homenagem, o certo é que os trabalhos de parto aconteceram  em uma casa de adobe com seis cômodos, situada à Rua dos Oliveira, povoado de Canal, no município de Irecê – BA.
No momento do nascimento e identificação do bebê, meu pai com muita alegria e galhardia apresentou aos presentes o instrumento agrícola braçal, conhecido como “foice”, bradando em alto e bom som: “eis aqui meu filho, o objeto a ser utilizado por você para me ajudar nos trabalhos da roça”.
Meus primeiros anos de vida foram  entre o povoado de Canal e a Fazenda Boa Vista, locais de labuta na agricultura dos meus pais, que eram forçados a   levarem nas costas ou em meio à cangalha arreada no lombo de um jumento, em parceria com  minha irmã mais velha Flora, que já executava trabalhos de ajuda, seja doméstico ou na agricultura e eu, não muito afeito aos trabalhos braçais executados nos tratos da lavoura.
Ingressei na Escola do Prédio Municipal, cuja professora era conhecida por Profª Pequena, que morava no próprio prédio durante a semana e nos finais de semana iria para Gameleira dos Crentes, onde residia seus familiares. Nesta Escola permaneci por dois anos, acessando para a classe mais adiantada por méritos e recomendações, afirmada pela coordenadora pedagógica  profª Ida Bastos, uma das mais competentes e disciplinadoras em toda a região, o ensino era muito puxado, nenhum aluno se atrevia a interromper para pedir licença e se ausentar da sala, mesmo que fosse para ir ao banheiro, ela adotou  para licença, uma pequena pedra, que ficava no canto da mesa do professor, se alguém quisesse sair, bastava pegar e sair, ao retornar deixá-la no local.
As aulas de matemática eram uma verdadeira competição, formava-se uma fila, a professora Ida fazia a pergunta a quem estava na frente, se esta errava, passava a pergunta para o outro, se respondesse certo, passaria para frente e assim sucessivamente ia se avaliando o grau de conhecimento de cada aluno, ao final, quem começava na frente e terminava no final ou rabo, era taxado pelos colegas como burro.Com Dona Ida estudei até o quinto ano primário, cujo passo seguinte seria enfrentar o famoso Admissão ao Ginásio.
Fato interessante, a professora Ida Bastos esteve noiva de meu pai durante mais de quatro anos, terminando o noivado quando ele foi acometido de epilepsia, estava acamado e ao receber a visita de minha mãe, por quem já tinha tendência para namorar,  pleiteou um chá para tomar sob o argumento de ficaria bom, se fosse feito por uma pessoa ali presente, a professora Ida, sua noiva, deu um pulo e bradou “ sou eu “, ele disse “não” e quem é  então: " é Jamim " aí ela indagou: “ qual o chá que estava a desejar que fizesse “, ele respondeu: “ qualquer um, até de pedra vai me fazer bem, desde que feito por você”, foi o fim do noivado e inicio de uma relação. que só a morte os separaram.
Bem, ao concluir o quinto ano, a professora Ida, disse que poderia enfrentar o Admissão ao Ginásio, que garantia a minha aprovação, porem, o "vestibular" era muito concorrido, pessoas da família e residentes no Povoado já teriam perdido e meus pais acharam por bem, arcarem com o ônus de um curso preparatório a ser ministrada pela recém formada professora Vaneilda. As aulas não me fizeram diferença daquelas ministradas pela professora Ida, porem, o livro de Admissão ao Ginásio era muito grosso, continha todas  as matérias e recheado de exercícios, dependia apenas de estudo, assim o fiz, estudei muito e coloquei o propósito de passar, pois, não queria ser taxado de "burro ou incompetente", como normalmente era considerado quem perdesse o ano na Escola, aliás, gostava de competir e era considerado muito inteligente, concorrido à época apenas com meu dileto amigo Niltinho de Arnóbio.
Muito garoto ainda, partir para o meu primeiro desafio: Admissão ao Ginásio, a ser feito em Irecê, nas instalações onde hoje funciona o Hospital Regional  Dr. Mário Dourado Sobrinho, a época, Ginásio da Fraternidade, dirigido pelo Prof. Hildérico Oliveira. No dia marcado para divulgação do resultado, lá estava no meio de uma multidão de jovens procedentes de todos os municípios da região, que faziam uma algazarra assustadora, porem, a minha preocupação estava focado no resultado, ficava meio isolado e atentamente acompanhando a divulgação dos aprovados, não tinha noção se seria por ordem alfabética ou por valor da nota, certo que ficava atento ao nome divulgado, de repente anunciou o meu nome, sair em disparada sem focar o destino, apenas a demonstrar ao meu jeito a alegria daquela conquista.


Um comentário:

  1. Caros amigos e parentes:
    Sua opinião em muito contribuirá para aprimoramento destes conteúdos postados.

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