MINHA ORIGEM NESTA ÁRVORE GENEALÓGICA
Meus pais ADONIAS DA SILVA DOURADO e JAMIM DE OLIVEIRA DOURADO são netos de JOÃO DOURADO, meu pai filho de RENÉRIO DA SILVA DOURADO e ANA FLORA DE CASTRO DOURADO e minha mãe de SINÉSIO DA SILVA DOURADO e ANA OLIVEIRA DOURADO.desta união nasceram: FLORACY, RUBEM , ROBERVALDO, SINÉSIO NETO, RENÉRIO NETO (morreu com 2 aninhos) FLORIZI, RENÉRIO AUGUSTO, RUBENILTON, FLORILDA, REINILTON , ROBSON , ANA LÚCIA e ADONIAS JOÃO. Sou o segundo filho, nasci entre as 4 e 5 horas da manhã
do dia 19 de agosto de 1948, parto normal, efetuado pela parteira Mãe Velha ( ANA,minha avó) , considerada a maior e mais competente parteira da região, só comparada a Dona Maria de
Lúcio, residente na região de Monte Santo, também na Bahia, que foi condecorada
pelo então Presidente Juscelino Kubitschek, ao completar mil partos realizados
com sucesso, prêmio que deveria ser extensivo a Mãe Velha, vez que,
estatisticamente deve ter superado números superiores a homenageada, mas,
certamente as dificuldades de comunicação existente na região de Irecê à época,
tenha dificultado a concretização desta merecida homenagem, o certo é que os
trabalhos de parto aconteceram em uma
casa de adobe com seis cômodos, situada à Rua dos Oliveira, povoado de Canal,
no município de Irecê – BA.
No momento do nascimento e
identificação do bebê, meu pai com muita alegria e galhardia apresentou aos
presentes o instrumento agrícola braçal, conhecido como “foice”, bradando em
alto e bom som: “eis aqui meu filho, o objeto a ser utilizado por você para me
ajudar nos trabalhos da roça”.
Meus primeiros anos de vida
foram entre o povoado de Canal e a
Fazenda Boa Vista, locais de labuta na agricultura dos meus pais, que eram
forçados a levarem nas costas ou em
meio à cangalha arreada no lombo de um jumento, em parceria com minha irmã mais velha Flora,
que já executava trabalhos de ajuda, seja doméstico ou na agricultura e eu, não
muito afeito aos trabalhos braçais executados nos tratos da lavoura.
Ingressei na Escola do Prédio
Municipal, cuja professora era conhecida por Profª Pequena, que morava no
próprio prédio durante a semana e nos finais de semana iria para Gameleira dos
Crentes, onde residia seus familiares. Nesta Escola permaneci por dois anos,
acessando para a classe mais adiantada por méritos e recomendações, afirmada pela
coordenadora pedagógica profª Ida Bastos, uma das mais competentes e
disciplinadoras em toda a região, o ensino era muito puxado, nenhum aluno se
atrevia a interromper para pedir licença e se ausentar da sala, mesmo que
fosse para ir ao banheiro, ela adotou
para licença, uma pequena pedra, que ficava no canto da mesa do
professor, se alguém quisesse sair, bastava pegar e sair, ao retornar deixá-la
no local.
As aulas de matemática eram uma
verdadeira competição, formava-se uma fila, a professora Ida fazia a pergunta a
quem estava na frente, se esta errava, passava a pergunta para o outro, se
respondesse certo, passaria para frente e assim sucessivamente ia se avaliando
o grau de conhecimento de cada aluno, ao final, quem começava na frente e
terminava no final ou rabo, era taxado pelos colegas como burro.Com Dona Ida
estudei até o quinto ano primário, cujo passo seguinte seria enfrentar o famoso
Admissão ao Ginásio.
Fato interessante, a professora
Ida Bastos esteve noiva de meu pai durante mais de quatro anos, terminando o
noivado quando ele foi acometido de epilepsia, estava acamado e ao receber a
visita de minha mãe, por quem já tinha tendência para namorar, pleiteou um chá para tomar sob o argumento de
ficaria bom, se fosse feito por uma pessoa ali presente, a professora Ida, sua
noiva, deu um pulo e bradou “ sou eu “, ele disse “não” e quem é então: " é Jamim " aí ela indagou: “ qual o
chá que estava a desejar que fizesse “, ele respondeu: “ qualquer um, até de pedra vai me fazer bem,
desde que feito por você”, foi o fim do noivado e inicio de uma relação. que só a
morte os separaram.
Bem, ao concluir o quinto ano, a
professora Ida, disse que poderia enfrentar o Admissão ao Ginásio, que garantia
a minha aprovação, porem, o "vestibular" era muito concorrido, pessoas da família
e residentes no Povoado já teriam perdido e meus pais acharam por bem, arcarem
com o ônus de um curso preparatório a ser ministrada pela recém formada
professora Vaneilda. As aulas não me fizeram diferença daquelas ministradas
pela professora Ida, porem, o livro de Admissão ao Ginásio era muito grosso,
continha todas as matérias e recheado de
exercícios, dependia apenas de estudo, assim o fiz, estudei muito e coloquei o
propósito de passar, pois, não queria ser taxado de "burro ou incompetente", como
normalmente era considerado quem perdesse o ano na Escola, aliás, gostava de
competir e era considerado muito inteligente, concorrido à época apenas com meu
dileto amigo Niltinho de Arnóbio.
Muito garoto ainda, partir para o
meu primeiro desafio: Admissão ao Ginásio, a ser feito em Irecê, nas
instalações onde hoje funciona o Hospital Regional Dr. Mário Dourado Sobrinho, a época, Ginásio
da Fraternidade, dirigido pelo Prof. Hildérico Oliveira. No dia marcado para
divulgação do resultado, lá estava no meio de uma multidão de jovens
procedentes de todos os municípios da região, que faziam uma algazarra
assustadora, porem, a minha preocupação estava focado no resultado, ficava meio
isolado e atentamente acompanhando a divulgação dos aprovados, não tinha noção
se seria por ordem alfabética ou por valor da nota, certo que ficava atento ao
nome divulgado, de repente anunciou o meu nome, sair em disparada sem focar o
destino, apenas a demonstrar ao meu jeito a alegria daquela conquista.
Caros amigos e parentes:
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